quarta-feira, 3 de março de 2010

O último gole

Ele bebeu a vida toda
Dizem que bebeu a própria vida
Mas,viveu até os 70 e tantos
Matou várias caixas de cerveja
De vinho, de pinga
De tudo que é gole
Que lhe vem na lembrança
Mas, nunca vinha a vingança
A bebida nunca lhe matava
Ao contrário
Às vezes lhe salvava
Já deu perdido em “bala perdida”
Disparada pela arma da polícia
Quando tropeçou bêbado
E caiu no meio do mato
Dormiu por ali mesmo
Nem foi pra casa
No outro dia, sua casa em brasas
Perdeu família, mulher, filhos
Tivesse ali teria ido junto
Ao fogo ardente
No outro dia cura a ressaca
No aguardente
Sem casa, sem rumo, sem plumo
E assim seguiu de gole em gole
De bar em bar
Um dia matou uma meinha
E desceu em ziguezague
Pelas ruas de terra da vila
Foi seu último gole de pinga
Foi seu último gole de vida
Morreu atropelado
Pelo caminhão de bebida

(Lizal).

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