Aí vai duas charges do Latuff que expressam também minha indignação pelo recuo do governo na instalação da Comissão da Verdade, que abriria os arquivos da ditadura militar e apuraria os crimes cometidos pela repressão política praticados durante o regime de 64.
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DEBATE NA UNIOESTE
O debate que rolou na Unioeste pós-apresentação do documentário As Muitas Faces de uma Cidade foi muito produtivo, apesar de ter migrado pro campo da politicagem. O meu irmão de hospício Danilo aproveitou a oportunidade e disse que não vê grande diferença entre Paulo Mcdonald e Samis da Silva. Isso irritou Adelino Souza, representante da Secretaria do Governo de Foz, que começou a apresentar números da administração de Paulo e Samis pras pessoas presentes fazerem a avaliação. Eu concordo com o Danilo, no ano passado, durante o Ato em Solidariedade ao Haiti, na Praça da Bíblia, eu fiz a mesma coisa, disse que não via grande diferença entre o Lula e o Fernando Henrique. Depois de alguns minutos de discussão com um político que estava por ali, o meu amigo João Augusto fechou a discussão com uma ótima frase: “Eles não são farinha do mesmo saco, mas são tudo farinha”.
(Eddy Rock do Racionais perguntaria: “Na política ou na Globo, em quem você confia?”).
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AS MUITAS FACES DE FOZ
Óia só que loco. No ano passado participei do seminário de formação do Ciclo Paranaense de Cultura Digital. Tinha gente do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Curitiba e Foz. Estava presente o presidente da Fundação Cultural de Foz, Rogério Bonato. Em sua fala ele disse: “Foz não tem periferias. Nós não falamos que vivemos na periferia de Foz, nós vivemos em Foz e pronto”. Acho que é por isso que ele se incomodou tanto com o documentário As Muitas Faces de Uma Cidade, que mostra a população das periferias de Foz reivindicando seus direitos. E olha que só foram percorridas umas 15 favelas, das mais de 90 que a nossa cidade turística possui.
(Não é a toa que Rogério Bonato é campeão em citações na coluna “Mentiras e Verdades” da revista Painel, de Foz do Iguaçu).
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Óia sÓ:
Inaugurou na 1° edição de 2010 da revista Caros Amigos a coluna Paçoca de Pedro Alexandre Sanches. Ele mostra na coluna a diversidade cultural brasileira que estão na contramão da grande indústria. Nessa primeira matéria lemos em um trecho: “Pablo, tez de índio matogrossense, celebra o ‘artista-pedreiro’ (“o artista-pedreiro entende que o sucesso é pagar as contas”)”...
Isso me fez lembrar do meu amigo Pardal de Santa Terezinha de Itaipu que me disse certa vez: “minha militância hoje é comprar frauda descartável pro bacuri”.
O artista-pedreiro diz no texto: “Hoje o engajamento não é mais ‘caminhando cantando e seguindo a canção’, é ‘caminhando, cantando e carregando caixa’.”.
Aí eu lembrei do tempo que eu trabalhava no Paraguai. Sabadão carregava caixas de mercadoria o dia inteiro e a noite carregava caixas de som para preparar os shows de rap, no qual também me apresentava.
(Vida longa à coluna de Pedro Alexandre Sanches).
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Gilberto Felisberto Vasconcellos:
“Movimento ecológico que não seja anticapitalista e anti-imperialista é telenovela da Globo com Gabeira e Marina. O único movimento ecológico é o MST”.
(Somos Todos Sem Terra)
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Moacir Gadotti:
“Nós precisamos de gente que pense, que crie, que não repita o já dito, o já feito, o já realizado”.
(Chega do mais-do-mesmo, né Jão?”.
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Sobre Favelas:
“A favela é fruto da coerção das políticas de Estado”. (Severino Honorato).
“A favela é muito mais do que a mídia apresenta”. (Adriana Facina).
“A existência da favela é a própria violência instituída”. (Adair Rocha).
(Do debate: “Favela é Cultura, Cultura é Favela”, realizado em novembro de 2009 na UFF).
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