quarta-feira, 10 de novembro de 2010

UM GIRASSOL SEM SOL

“Quem não come morre. Quem come pouco, morre lentamente”.



Um girassol sem sol agoniza e morre devagar, ou é obrigado a aprender a viver nas sombras. O sol nasce pra todos. Mas alguns seres humanos, fora de seu estado de humanidade, provocado pela ganância, taparam o sol para si, negando o acesso às demais pessoas. Desfrutam da beleza e do calor do sol somente aqueles que podem pagar por isso. As forças armadas, a polícia, seguranças particulares, não estão aí para trazer segurança e preservar a vida das pessoas e sim para assegurar que o sol continue no domínio de poucos, num mundo onde o patrimônio é mais valorizado do que a vida. As pessoas se vêem obrigados a trabalhar horas e horas por ínfimas cotas de sol.

Um girassol sem sol cresce fraco, arredio, triste, sem cor.

Mas, todo império tem seu fim.

Os girassóis sem sol perceberam que não faz sentido viver nas sombras sabendo que existe um sol enorme lá em cima.

Chegou o momento de lutar pela coletivização do sol, para que ele volte a brilhar para todos novamente, e que todas as pessoas tenham seus direitos respeitados.

“O leão e o cordeiro comerão do mesmo pão, que terá o mesmo gosto, o gosto do suor do seu trabalho”.

Do trabalho de ambos, do trabalho coletivo. O gosto da liberdade. E a palavra liberdade não será falada ou soletrada, mas sim, vivida e sentida.

Viveremos um dia de cada vez, sem se preocupar em acumular riquezas, já que a maior riqueza é a vida. A vida voltará a ser simples, sem formalidades, padrões, ou etiquetas. A simplicidade pode ser encantadora quando se tem sensibilidade. Não existirá mais exploração do homem pelo homem, e o conforto de um não causará mais o desconforto de outros.

Será permitido sonhar, cantar, falar, brincar, sorrir, pensar, abraçar, confiar, viver.

“Só será proibido amar sem amor”.



(Texto inspirado na peça Girassóis da Esperança, do Projeto Plugado realizado pela Casa do Teatro de Foz do Iguaçu. Foi apresentada na noite de 09 de novembro no Boulevard).

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