sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sambadão

Saí do fundo do poço
Bem mais jovem, bem mais moço
E com um brilho no olhar

Cansado de roer osso
No jantar e no almoço
Resolvi me levantar

Resolvi me libertar

Fiz do riso meu protesto
Como Juca Chaves fez
E o que me aprisionava
Foi que me salvou de vez

Foi num gole de veneno
Sabadão sobre o sereno
Fim de ano, fim de mês
Me livrei da viuvez

Daquela antiga tez
Daquela tal mesquinhez
Daquela insensatez

Renasci num tal setembro
Após 100 de solidão
Aprendi num tal dezembro
Que sambar é muito bom

E sambar no sabadão
Me liberta da prisão
Sem vícios e sem resquícios
Destroços, ossos do ofício

Esse filme já passou
O Vinil já acabou
Acho que tu nem notou

Vire o Lado B da fita
E nos sirva uma birita
Antes de ficar biruta
E do "fala que eu te escuta"

"Beleza, já chego aí"
Triste é se despedir
Aprender a viver sem...
Sem chorar e sem mentir

Viver sem se omitir
Sem fingir que tá legal
Sem jogar a culpa no outro
"É você que age mal"

Mas o carnaval passou
E a trama se desfaz
Arlequim e Pierrot
Deixou Colombina em paz

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