Não sou apenas uma mulher parideira dos três filhos que concebi e apresentei a luz do sol, dois dos quais homens.
Procurei ao longo destes aprendizados e desenvolvimento masculinos, dar noções claras do respeito à mulher, as diferenças e à vida.
O que será que aprendi com esta mulher que reconheço em mim?
Uma mulher que ora tornou-se homem , mais homem do que mulher tendo como referencia de memória o comportamento do próprio pai.
Tinha que suster a prole, educar sem ter muito tempo disponível para as brincadeiras, lavar , passar, cozinhar, ensinar deveres escolares, cuidar da casa, lidar com pedreiros e operários da construção civil para manter o teto de pé. E o tempo para ser somente mãe e mulher?
Profissional da educação social, comprometida com o desenvolvimento coletivo, atarefada, cantora de coral, escritora, compositora, poeta, escancaradamente sonhadora, apaixonada pela vida.
Quantas vezes deixando de achar graça na sujeira da molecada por ter que dar conta da limpeza e da compra do sabão, além de comprar o seu próprio pão.
O que mesmo ensinei para estes dois homens que pari? Que a mulher consegue fazer tudo?
Que ela é plena no mundo, que é capaz de viver e ser feliz, criar e compor na vida mesmo sem um homem para ser seu parceiro? Que o valor das pessoas está na forma que se respeita e ama os seus?
Meu Deus! Acho que não consegui ensinar estes meninos o que deveria.
Será que o valor de um homem eu consegui repassar, ou será que ensinei que para ser um verdadeiro homem é preciso se entregar a sua própria essência de ser a criatura de uma mulher?
Que é preciso encarar as responsabilidades do amor à família. Cumprir com o sustento da mesma, dar atenção, respeito, educar os filhos, ser companheiro.
Ser parceiro em todos os momentos e não apenas resolver ser imaturo, desequilibrado em nome de uma masculinidade de irresponsabilidade e se perder no prazer supérfluo do desequilibro familiar, deixando ao encargo de uma mulher vidas para que ela assuma como se fosse Deus.
Dinheiro não dá em pé de jaca! Sujeira não acaba sem água e sabão. Educar vidas precisa de pai e mãe e não apenas um com toda a obrigação.
Espero que eles aprendam que esta mulher imposta pela vida, a pessoa do gênero feminino, precisa ter um espaço apenas para se sentir acolhida em um abraço e se entregar no colo que lhe de a segurança do amor sincero.
E que esta mulher só dá conta de tantas responsabilidades porque a sua grande verdade é o compromisso com a criação e a criação é obra de Deus e Deus acolhe-a nos seus braços e lhe assegura toda a força para continuar a sua missão de servir.
Afinal quem não serve para servir aos seus acaba com dívidas na memória da família.
Viva a força da mulher Brasileira!
Acessem o blog da Valéria Barbosa, do Rio de Janeiro:
http://africanosangue.blogspot.com
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