quinta-feira, 23 de junho de 2011

TUDO O QUE EU VIVI VIVE EM MIM? Parte 3

Fui canivete, bombeta
Fui revolver de espoleta
Pescaria, molinete
Fui peneira, já fui rede
Já fui lodo, água corrente
Já fui seca, já fui sede
Fui ferida, fui bandeide
Já fui escova e fui pente

Fui tequila, sal, limão
Fui filmadora na mão
Fui idéia na cabeça
Já fui alucinação
Medo de assombração
Fui ingresso, fui carimbo
Fui matinê de domingo
Já fui de varrer salão

Já fui átomo, fui artéria
Fui caderno dez matérias
Eu já fui curta-metragem
Fui filme de ficção
Já fui comédia romântica
Fui sintaxe, fui semântica
Fui passos na escuridão
Fui viagem de avião

Fui jejum e já fui gula
Fui remédio, já fui bula
Fui doença e fui cura
Felicidade, amargura
Já fui coração partido
Desviado, convertido
Fui fogueira, fui friagem
Fui mobília, fui bagagem

Já fui nota dez na prova
Já fui zero, já fui cola
Eu já fui vidro fechado
Fui palavra, fui bagaço
Folha de papel almaço
Trabalho no feriado

Já fui luta pela terra
Fui horta comunitária
Já fui trégua, já fui guerra
Fui situação precária
Enfrentamento, batalha
Já fui título, já fui falha
Já fui pódio, fui medalha
Já fui sobra, fui migalha

Já fui torcedor fanático
Fui realismo fantástico
Fui lembranças, romantismo
Teimosia, anarquismo
Já fui tinta na parede
Já fui descanso na rede
Fui neurose, desemprego
Fui propina, fui arrego

Eu já fui paz do senhor
Já fui trevas, fui neblina
Já fui reunião política
Fui resumo, autocrítica
Eu já fui cerveja quente
E já fui café gelado
Eu já fui bem sorridente
Eu também bem estressado

Fui curita e fui floripa
Já fui Sampa, fui santera
Eu já fui sesta de chipa
Fui empréstimo, fui intéra
Já fui passe estudante
Já fui pulo de catraca
Já fui saque, fui voleio
Já fui drible, já fui maca

(...)

Continua?

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