segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ainda te amo (poema do retorno 2)



















Às vezes me sinto como se estivesse sendo vomitado
Um alimento, que tem tudo pra fazer bem, mas que o organismo rejeita
Quanto mais quero ficar, você me põe pra fora
Me expulsa, me nega, me descarta...

O revólver e a bala

Sei que no fundo você não vive sem mim
Sempre vai me procurar pra disparar seu preconceito à queima-roupa
Pra metralhar meus sonhos, atirar meu corpo no poço da desilusão
Engatilhar sua ira e bum!!!
Bem na cara das minhas perspectivas

Eu, como um otário, sempre volto pros seus braços
Aí é um abraço!!!
Dependente químico de sua química
Me perco nas noites, embriagado, cambaleante, percorrendo suas curvas
Desvendando seus mistérios, percebendo sua insegurança

Às vezes sinto inveja de você.
Te vejo toda linda na televisão, fotoshopeada em capas de revista
Ah, se eles soubessem...
Se soubessem da sua ingratidão. Desse seu jeito de não ligar pra nada
De não se importar, deixar ao léu, morrer agonizando

Mas a paixão tem dessas coisas, sempre volto pra ti
Sei que possui muitos amantes, muita gente que te explora
E não dá a mínima pra quem deu o sangue por você
Ah, como é disputada...

Sei que tenho poucas chances de ganhar sua confiança
Ter uma boa relação contigo, caminhar ao seu lado
Você sempre preferiu os ricos, os empresários,
Pessoas poderosas, de grande influência

A dama e o vagabundo

Isso só funciona nos livros, no cinema, em contos de fada
Você nunca tratou as pessoas de igual pra igual
Eles sempre tiveram preferência, privilégios
Eu sempre fui muito informal pra você. E você adora as formalidades
Você é afeita às padronizações, quer ser igual às outras
Isso ofusca sua beleza natural, suas individualidades

Ah, se você imaginasse o quanto te amo e o quanto te odeio
Sempre me disseram que amar é sofrer
Acho que me transformei numa espécie de máquina de transformar sofrimento em ódio
E de tanto sofrer a gente desencanta, se afasta
Sai pelo mundo sem rumo
Se perde e se encontra em outras noites, outros céus,
Amanhece em braços desconhecidos

Somos como um imã, que se atrai e se repele

Você fez aniversário e mais uma vez meu presente foi minha presença
Ariano teimoso, sempre insisto, volto, te abraço, te provoco
Te dou carinho, atenção
Sobrevivo à insolação, me queimo em seu calor
Vou ao delírio pensando estar te conquistando
Entro em seu corpo
Você finge gostar
E como sempre, no final
Me nega
Me expulsa
Me descarta
Me vomita

(poema dedicado a Foz do Iguaçu)

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