Com seus olhos pequenos e vibrantes sob o boné,
Seu sorriso leve sob o bigode fino e branco,
Diego me conta que não existem mais comunistas
Que não existem mais socialistas, libertários e tudo isto.
São apenas apelidos, “tudo isto são palavras”, me diz.
São apenas nomes que querem dizer uma só coisa:
“Socializar os meios de produção
E colocá-los nas mãos de quem trabalha”.
“Soy anarquista, no sabes”?, e me conta:
Quando na guerra civil espanhola, entramos em um banco
Jogamos os móveis pela janela e queimamos todo o dinheiro,
Ali mesmo, no centro da praça, muita gente não entendeu.
Nos diziam: meninos, porque estão queimando dinheiro?
Não senhora, respondíamos, estamos queimando o capitalismo!
Diego toma seu chá de maçã com canela e lamenta que somos poucos
E que é preciso explicar estas coisas ao povo.
Canta de memória uma canção e sai devagar com seus passos pequenos
Levando no bolso uma fogueira para incendiar o mundo.
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