O oito e o oitenta dessa eleição é o Plínio e o Tiririca. De um lado um debate maduro, colocando o socialismo na ordem do dia; do outro lado um esculacho total: “Vote no abestado. Vote Tiririca, porque pior que ta num fica”.
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O QUE É ISSO COMPANHEIRO IVAN?
O PCB decidiu usar o espaço do horário eleitoral para denunciar as mazelas do capitalismo. Em um dos vídeos o candidato a presidente Ivan Pinheiro afirma que só com eleição não muda nada, "o Brasil só muda com revolução”. Eu que sou da campanha do voto nulo concordo plenamente. Já estava esperando ele dizer vote nulo, mas o que eu ouvi foi: “vote PCB, vote 21”.
(Até tu Brutus?).
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O SOCO É FORTE
O candidato a presidente pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, resolveu mexer com a água nessa eleição. Além de discutir o socialismo como deve ser discutido pegou os demais candidatos participantes do debate em suas contradições. A Marina Silva ele chamou de ecocapitalista por ser do Partido Verde e discutir a questão ambiental demagogicamente. O Serra ele chamou de hipocondríaco por falar só de saúde, doença e remédio. Plínio foi censurado pela Rede Globo por fazer críticas a emissora. Quando foi entrevistado no canal de esporte ESPN, não deixou de criticar a emissora. Disse que dão muita ênfase ao futebol e esquecem dos outros esportes. Citou o exemplo do boxe, que é um esporte que ele gosta bastante. Falou que o canal só passa lutas repetidas: “A gente já sabe até onde o soco vai acertar” – disse.
(Trazendo isso pra nossa eleição, se ganha Dilma ou ganha Serra, a favela já sabe muito bem onde o soco vai acertar).
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PADRE RENZO:
“Prefiro um comunista ateu que lute por justiça e liberdade do que um cristão de braços cruzados”.
“O jovem que se fecha em si mesmo é um traidor da história”
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TRABALHO ESCRAVO
1888: é assinada a abolição da escravatura no Brasil.
2009: 25 mil pessoas ainda trabalham como escravos.
http://www.escravidaonao.com.br/
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OS VERMES POLÍTICOS, OS POLÍTICOS VERMES E VICE VERSA
Caí na tentação e reli o livro OS VERMES Uma Comédia Política, de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta. O livro – como sugere o título – fala de Vermes e Políticos. O romance se passa em Brasília que é em formato de um corpo humano. Enquanto os políticos percorrem o corpo de Brasília, os vermes percorrem o corpo dos políticos. Os vermes conseguem ver e ouvir tudo o que os políticos falam, vêem e pensam, até seus segredos mais íntimos. Brasília é chamada de Arca, o congresso é chamado de zoológico e os políticos tem o nome de bichos. Os dois principais personagens são dois políticos candidatos a presidente da república. O grande projeto de ambos é revolucionar a rede de esgoto do país. Um dos candidatos tem um projeto que visa construir uma grande rede de esgoto ligando o país inteiro. O projeto chama-se Cloaca Magna e tem o slogam: “Vamos limpar o país”. O adversário é adepto às privatizações e tem um projeto para a privatização de todos os esgotos públicos. O slogam é: “um passo para deixar o lodaçal em que estamos”; o projeto se chama: “Privadas Privadas”.
Quem narra a história é um verme que vive dentro do corpo de um dos políticos. Em uma cena esse político desembarca de um avião no aeroporto de Brasília e seu assessor está a sua espera. Eles conversam:
“E aí Zebra, alguma novidade?”
“Nenhuma, Senhor.”
“Nada muda nessa Arca?”
“Nada. E quando muda, muda para igual”.
O livro cumpre com o papel que se propôs, fazer a gente se simpatizar mais com os vermes do que com os políticos.
Na orelha do livro nós lemos:
“Os políticos tentam entender a natureza da política, os vermes, a política da natureza”. (...) “Os vermes que o escreveram fizeram uma comédia política sobre os vermes que fazem da política, comédia”.
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