
(Foto do site: http://gollnick.blog.terra.com.br)
Hoje de manhã ocorreu outra manifestação no Cidade Nova. Dessa vez foram 11 ônibus parados. No protesto da semana passada o povo deu o prazo de dois dias para que se regularizasse a situação dos ônibus Cidade Nova Ponte e Via INSS, que foi cortado com o novo sistema de transporte coletivo público instalado há algumas semanas em Foz. O novo sistema causou grande transtorno e confusão e pegou todo mundo de surpresa, pessoas que viveram a vida toda em Foz, de um dia pro outro já não sabiam andar de ônibus na sua cidade. Muitas linhas foram cortadas, o tempo de espera aumentou, o preço da passagem também (quem não tem o cartão único e quer pagar em dinheiro tem que pagar mais caro), muitas linhas já não são integradas e quem não tem cartão tem que pagar duas passagens (dependendo do trajeto que irá fazer). Isso rendeu uma série de protestos e manifestações na cidade. O descontentamento é geral e no começo da semana os motoristas e cobradores de ônibus entrarão em greve.
Uma das reivindicações do povo do Cidade Nova foi cumprida, os ônibus que vão pra Ponte da Amizade voltaram. Agora esse novo protesto foi para que a linha INSS também volte a passar por aqui. Essa linha vinha do Terminal, passava na Av. Paraná e depois pela Vila A, pela Av. Andradina, subia o Cidade Nova e ia pra Vila C. É uma linha muito utilizada pelos moradores do Cidade Nova, contando que aqui não tem grandes mercados, então o povo costuma fazer suas compras no centro comercial da Vila A, na Av. Silvio A. Sasdelli e não nos mercados do centro. Quem quer ir pro INSS tem que andar a pé mais de vinte minutos para poder pegar o ônibus que passa próximo a Unioeste. Tem crianças do Cidade Nova que estudam na escola Zizo, na Av. Andradina e tem jovens que estudam no Colégio Barão, isso dificultará muito os estudos quando voltarem as aulas. Outra reclamação é que tem mães que levam os filhos na APAE e também quem está doente e precisa se deslocar até o INSS tem que caminhar muito ou pegar um ônibus até o terminal e de lá pegar outro ônibus pro INSS. Me contaram de pessoas que trabalhavam na Vila A e perderam o emprego por conta de chegar atrasado todos os dias no trabalho. Quem quer ir do Cidade Nova até a Vila A tem que descer na Av. Tancredo Neves e caminhar as vezes por meia hora, dependendo do local que quer chegar.
A manifestação foi pacífica, começou as 7:00hs e foi até as 10:00hs. Como na semana passada demorou pra chegar um representante do Fostrans e ainda ficou pra resolver o problema num prazo de dois dias. Se não resolverem nada, haverá nova manifestação.
Um guarda municipal estava tentando desmobilizar a manifestação, tentando convencer o povo a retirar-se e tentando convencer os motoristas a seguir seu rumo. Mas, o povo não arredou o pé, e os motoristas se mostraram inseridos na mesma luta, dizendo que temos todos os motivos para nos manifestar e reivindicar nossos direitos. Disseram que farão uma paralisação geral e conta também com o apoio do povo.
A revolução é feminina...
Novamente quem organizou e impulsionou o protesto foram as mulheres do Cidade Nova. Cerca de 90% das pessoas presentes no protesto eram mulheres. Debateram, reivindicaram, foram duras quando precisou ser, e ainda puxaram em coro o grito de guerra clássico: “O povo unido jamais será vencido”.
E o bode dentro da sala?
Na semana passada após a reivindicação tiraram um bode de dentro da sala, e o ônibus do Cidade Nova voltou a passar na Ponte. Algumas pessoas que usam essa linha e que não usam muito o INSS não participaram dessa nova manifestação. O representante do Foztrans tentando negociar com o povo disse: “Vocês precisam ter calma, as coisas não são assim... semana passada pediram para que voltasse a linha que passa na Ponte e foram atendidos. Todo mundo disse que ficou bom agora o ônibus passando na Ponte”.
Uma moça gritou: “Ainda não ficou bom e ta muito longe de ficar”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário