quinta-feira, 3 de março de 2011

UM ANO PESCANDO PALAVRAS



Eu sempre fui meio desastrado com as palavras. Palavras erradas na hora errada, palavras não ditas quando era preciso falar. Já fui falante, mas também já fui de poucas palavras. Palavras contraditórias, palavras desencontradas. Muitas vezes tropecei nas palavras. Um amigo me falou do “poder das palavras”. Uma amiga escreveu que “as palavras respiram nos intervalos”. Sem intervalos não há frases, assim como sem silêncio não existe música. Acredito que para criar uma boa poesia devemos ser uma espécie de “cupido das palavras”. As palavras precisam se encontrar, se conhecer, flertar, namorar, casar, ter filhos... Essa palavra rima com essa, essa casa com aquela e assim libertá-las, deixá-las livres para construir a poesia. O escritor uruguaio Eduardo Galeano escreveu que na Casa das Palavras chegavam os poetas, e as palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam por eles e se ofereciam, loucas de vontade de ser colhidas. O poeta Manoel de Barros foi um dos melhores pescadores de palavras que eu já li. Ele escreveu que às vezes fica semanas tentando pescar um verso que pare em pé.

O Blog do Pescador está de aniversário. Estou exatamente há doze meses pescando palavras e publicando elas para compartilhar com @s companheir@s.

Hoje eu escrevi um texto maravilhoso para publicar aqui no blog, mas meu HD deu pane e eu não consegui recuperar. (História de pescador... o peixe maior a gente sempre deixa escapar).

Eu selecionei 12 textos pro “Vale a pena Ler de Novo”.

Segue aí um trechinho de cada um... Quem quiser ler o texto todo é só clicar nos links.

Um abraço.


A Conexidade Desconexa.

Uma breve análise sobre a peça: Mal Secreto


Tudo é muito intenso e está muito próximo, o assassinato, o desejo, a loucura, o sexo, a força, a fraqueza. Tudo se mistura e ao mesmo tempo contrasta. É a conexidade desconexa.
Os dois lados da moeda, a traição e a confiança.
A confiança só existe porque existe a possibilidade de uma traição, de um erro, de uma falha.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/03/conexidade-desconexa.html

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ESSA DAQUI EU ESCREVI COM TRISTEZA. MÚSICA TENHA FÉ.

Muitas das pessoas de quem gostamos vivem longe da gente e ao mesmo tempo somos obrigados a conviver no meio de pessoas que não suportamos, seja no bairro, na escola, no trabalho.
Por muito tempo eu escondi meus problemas pessoais atrás de um sorriso.


http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/03/essa-daqui-eu-escrevi-com-tristeza.html


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Sobre Cachorros

Ali no canil municipal eu vi centenas de cães e gatos serem sacrificados, através da eutanásia, executada pelos veterinários. A eutanásia era feita aplicando uma injeção de anestesia e depois uma injeção de cloreto no coração dos animais. Dali, os animais mortos são levados para o aterro sanitário no Jd. Califórnia.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/03/sobre-cachorros.html

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RAP/LITERATURA

Muitas letras de Rap, escritas em prosa em papel impresso, dariam ótimas crônicas e contos. Trazem também personagens, histórias e acontecimentos que daria para escrever diversos romances. A música Edvaldo Silva é uma delas.
Invisível como todo morador de rua, Edvaldo faz desse ritual a sua terapia, para criar um atalho na própria vida.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/03/rapliteratura.html

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ALIENAÇÃO DESALIENANTE_O Dub Triste que faz Sorrir.

Desalienar-se é estar aberto a novas experiências, quebrar paradigmas e estereótipos, desinventar para reinventar. Trabalhar a alienação para desalienar é trabalhar a desconstrução para construir algo novo, diferente do que está ditado. Assim como a paz sem voz é medo e viver em paz é não aceitar a pacificação forçada por armas.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/05/alienacao-desalienanteo-dub-triste-que.html

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MEMÓRIAS DE UM EX-TORCEDOR

Várias crianças pelas ruas, algumas com camisetas da seleção, buzinas e apitos, fazendo a festa; curioso que não estão assistindo o jogo, estão aproveitando o ritmo de festa para brincar, brincam de torcer pro Brasil e volta e meia vão até em casa para perguntar quanto está o jogo e depois voltam pra rua correndo gritando o resultado.
A cor verde-amarelo também esteve presente nos adesivos dos políticos durante a campanha eleitoral que elegeu Fernando Collor - o primeiro governo civil brasileiro, eleito por voto direto desde 1960. E mais adiante o verde e amarelo eram as cores que se viam pintados nos rostos dos jovens, embalados pela Rede Globo e pela elite, pedindo o impeachment do presidente corrupto Collor.


http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/06/memorias-de-um-ex-torcedor.html


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RECEITA VEGETARIANA DO PESCADOR

Comece ralando a cenoura num ralo grosso, ela vai ficar numa cor laranja mais bonita ainda e com um cheiro muito bom. Dizem que cozinhar é a arte de combinar cores e sabores.
Com a produção capitalista de alimentos para o agronegócio, aumenta a cada dia a concentração de renda, de terra, o trabalho escravo e o consumo de veneno, pois o capitalismo só produz com veneno.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/08/receita-vegetariana-do-pescador.html

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QUERIDO DIÁRIO – MAIS UM DIA NA FAVELA

Enquanto eu cuido da horta fico vendo as crianças indo pra escola e os pais levando os filhos pra creche. Além de ouvir o canto dos pássaros nessa hora da manhã, respirar o ar puro, é o maior barato ver a favela cheia de gente na rua já cedinho, isso renova minhas forças.
O capitalismo é um sistema muito cruel, ele que dita que hora você tem que acordar, que hora tem que se alimentar e que hora tem que dormir.


http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/09/querido-diario-mais-um-dia-na-favela.html


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UM GIRASSOL SEM SOL

“Quem não come morre. Quem come pouco, morre lentamente”.
Um girassol sem sol agoniza e morre devagar, ou é obrigado a aprender a viver nas sombras. O sol nasce pra todos. Mas alguns seres humanos, fora de seu estado de humanidade, provocado pela ganância, taparam o sol para si, negando o acesso às demais pessoas. Desfrutam da beleza e do calor do sol somente aqueles que podem pagar por isso.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/11/um-girassol-sem-sol.html

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A NOSSA CHUVA

Ontem choveu a nossa chuva.
A chuva sempre me fascinou e mexeu comigo. Já me vi como um personagem de um livro do Ferrez, deitado no piso do barraco com a cabeça pra fora, olhando pro céu enquanto a chuva caía sobre o rosto. “Chove lá fora / E aqui tá tanto frio / Me dá vontade de saber.../ Aonde está você?”, a chuva já rendeu muitas canções tristes.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2011/01/nossa-chuva.html

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DESCANSE EM PAZ MEU MANO

Num projeto social que trabalhava com adolescentes, conheceu seu primeiro amor. Foi ali também que começou a escrever suas primeiras letras de música. Viveu uma vida meio nômade, indo e vindo de quebrada em quebrada. Não viveu muito com sua mãe e menos ainda com seu pai. Sempre foi de sumir por alguns meses sem dar notícias e depois reaparecer na quebrada.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2011/01/descanse-em-paz-meu-mano.html

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INTERCÂMBIO

Ela relutou, mas não conseguiu escapar das garras do chefe.
Tem quem acredite que as lágrimas têm o poder de mudar a ordem das coisas.

http://umpescadordepalavras.blogspot.com/2010/03/intercambio.html

Um comentário:

Cristina Maria disse...

Parabéns!

Separei uma sugestão sua pra ler por dia.

: )